Em meados do mês de janeiro de 2020, fui ao um evento pós NRF (National Retail Federation), realizado no Rio Othon Hotel, em Copacabana, realizado pelo Luiz Antonio Secco. A NRF é o mais importante evento do varejo do mundo, composto de exposição de produtos e tecnologias de última geração, seminários, fóruns de debates e apresentação de cases de empresas mundialmente conhecidas.
Este evento é focado nas novidades do varejo que acontece anualmente em Nova Iorque, e neste ano teve como um de seus keynotes Satya Nadella, CEO da Microsoft. Nadella focou nas aplicações de tecnologias para o varejo, destacando a personalização das plataformas, que usam a mesma infraestrutura de gestão de dados. Casos como: Starbucks, Target e Ikea foram citados para ilustrar esta personalização. O armazenamento organizado de dados é o grande diferencial tecnológico no varejo, por ser uma premissa para qualquer aplicação de diferenciação/personalização junto ao consumidor.
Mas ai você deve estar me perguntando, você não ia falar das novidades para o mercado de moda do Brasil? Claro que sim, meus queridos. Apenas introduzi com a NEF porque este evento dita as tendências do mercado, que incluem certamente o mercado de moda.
O site do SEBRAE apresentou que um levantamento realizado pela empresa WGSN, consultoria global de análise e previsões de tendências, que revelou que o principal fator que está acelerando as mudanças no mercado da moda , não é só a tecnologia, mas as pessoas , quer sejam, os consumidores.
São justamente os consumidores que estão impulsionando as transformações na sociedade e desafiando os antigos modelos econômicos, desta forma, o intuito dos consumidores é saber se as marcas estão alinhadas as suas novas demandas e a um proposito, de acordo com o SEBRAE.. Não é surpreendente?
Partindo da transformação dos consumidores, a consultoria acima citada identificou seis grandes tendências que vão impactar o mercado da moda em 2020, e assim vamos fazer uma breve abordagem destes fatores rapidamente:
1) Revolução das compras pelos dispositivos móveis: as pessoas não vivem mais sem seus celulares e dispositivos móveis, eles são utilizados por todas as idades e em todos os lugares. Os varejistas precisam estar atentos a isso e adaptar seu negócio. É a preferencia do público jovem segundo a pesquisa da agencia YouGov, que se sentem mais confortáveis em conversar com novas pessoas através dos dispositivos móveis. Então vai o conselho: aumente o uso de celular dentro da sua loja, com interação do seu público, redefina o papel do seu funcionário de sua loja física, para desenvolver mecanismos de interação com o cliente aumentar o nível de confiança.
2) Importância dos sentimentos : O ser humano valoriza mais seus pares a medida que se sentem mais sozinhos e isolados, o que justamente está ocorrendo em virtude do boom da propagação da utilização dos dispositivos móveis. Uma vez que os varejistas investem mais na inteligência artificial e experiências digitais, a importância da conexão humana, será um diferencial fundamental para as marcas. Invista nas pessoas, no aspecto humano. Desenvolva estratégias que envolvam tanto o ser humano como a tecnologia, para criar uma experiência inesquecível, e por fim vá além do que o cliente diz que está procurando.
3) Geração Longeva: O ser humano atualmente tem uma expectativa de vida muito maior que no passado, hoje as pessoas vivem mais e melhor. E o setor da moda deve estar antenado a esta nova geração. O mercado deve valorizar e se ambientar com as novas necessidades dos consumidores. Remover barreiras físicas e melhorar a mobilidade – instalando rampas, alargando corredores e entradas, instalação de placas indicativas no interior da loja, por exemplo, podem ter um impacto positivo nas vendas.
4) O fim da posse: A economia compartilhada ganha forças em um cenário que os consumidores estão cada mais abertos a experimentarem e as marcas precisam entender a dinâmica deste novo mercado. As mudanças e o processo de descoberta de produtos também parece ter mudado para sempre: os consumidores de hoje deixam de ir às compras. Então empreendedor da moda reflita, o que faria que o consumidor tenha a vontade real de ir até a sua loja ou ao seu negócio? Porque não comprar online?
5) A economia da confiança: As pessoas nunca foram tão desconfiadas e desacreditadas. Todas as instituições estão em descrédito, governo, imprensa, marcas, empresas e as próprias relações humanas. Tem sempre alguém querendo levar alguma vantagem , é o que as pessoas pensam , sabia. ? Mas e ai o que fazer? Coloque-se no lugar do consumidor, pense como ele. Crie empatia. Crie estratégias que atenuem esse problema por meio da transparência. Posicione sua marca ao lado do cliente. Faça a diferença para seu cliente. . E por último:
6) Preocupações climáticas; o número de desastres naturais provocados por eventos climáticos extremos – inundações, secas, incêndios, mais que dobrou se comparados a décadas passadas. A ansiedade em relação ao clima é uma realidade, assim como o desejo de limitar ou reverter os danos causados ao ecossistema do planeta. E para o negocio da moda não é diferente. Abrace a economia circular, entenda a cadeia completa de seus produtos e o que fazer com os resíduos. Marcas famosas como a Zara, tem estimulado os clientes a devolverem roupas danificadas e que não usam mais. Reaprimore a qualidade dos produtos e crie estratégias para provocar mudanças em torno de materiais não-biodegradável, como por exemplo o plástico.
Os fatores que impulsionam o mercado consumidor revelam que as pessoas não estão em um momento tão positivo e que se sentem cada vez mais ansiosas, desconectadas e pressionadas pelo tempo. Há uma grande oportunidade para os varejistas criarem produtos, experiências e serviços capazes de adicionar valor real à vida do consumidor (e que também possam ser compartilhados nas redes sociais).
Portanto a pergunta que o fará refletir é: sua marca, seu negócio está preparado para esta mudança de paradigmas , de comportamento dos consumidores?
Por Claudia Lolita Freitas
CEO DA CLAC CONTABILIDADE
Conheça seis grandes tendências que vão impactar o mercado da moda em 2020. Revolução das compras, Importância dos sentimentos, Geração Longeva, O fim da posse, A economia da confiança e Preocupações climáticas. Leia esse artigo e saiba tudo sobre.https://t.co/qlzsKZw0yc
— CLAC Contabilidade (@ContadorTere) March 11, 2020